sábado, 18 de agosto de 2012

MARROCOS


Da janela do confortável escritório, Carlos, com um olhar meio perdido, observava nas ruas abaixo o fluxo frenético das pessoas que iam e vinham como formigas apressadas. Estava limpando as lentes do óculos, quando a secretária abriu a porta da sala.

- Carlos, a nova arquiteta já esta aqui.
- Como é o nome dela mesmo, Marta? - perguntou, guardando o lenço no bolso.
- Lígia Jordão.
- Esta bem. Certo, pode mandar entrar.

Quando a mulher saiu, Carlos ajeitou-se na cadeira. Dar as boas vindas aos funcionários, seu modo de faze-los sentirem-se desde o início como parte de um time, de uma família. Na verdade tinha todo um discurso preparado para essas ocasiões, mas quando viu Lígia, não lembrou-se das palavras.

Não era muito alta: um metro e sessenta, um metro e sessenta e cinco talvez (o salto alto, impedia uma avaliação mais precisa). A pele muito alva, contrastava com o castanho dos cabelos que desciam em longas ondas sobre os ombros. O corpo generoso de mulher, pleno em curvas e volumes, conservava no modo de sorrir (em um desabrochar luminoso de olhos amendoados e lábios carnudos), o ar doce e terno da quase menina. E havia ainda o perfume. Um perfume delicioso, que emanava-lhe dos poros e que em questão de segundos, invadiu a sala tomando-lhe os pulmões de assalto.

Uma troca de sorrisos, um indicar para que ela sentasse e ficasse a vontade, e começaram uma longa e calorosa conversa, onde o discurso articulado e as idéias ágeis da arquiteta, impressionaram Carlos ainda mais. Enquanto falavam, ele percebeu na jovem, uma chama criativa e entusiástica, muito semelhante a sua própria. Era como se pudesse olhar para si mesmo aos 20 anos. Assim, quando terminaram, e ele selou com um beijo a contratação da jovem, teve a absoluta certeza que dariam-se muito bem.

Vale a pena dizer que apesar de não ser belo, o jeito sereno e a fala pausada e sincera de Carlos, faziam aquele menino de trinta e cinco anos, um homem atraente. Ainda assim, raramente era visto com alguém. A vida e a experiência tornaram-no seleto no compartilhar das emoções. Não por frieza ou temor, mas pela certeza de que para ele, prazer a dois envolvia muito mais do que experiências de alcova (por mais agradáveis que fossem). Esse comportamento deu-lhe entre os amigos, a fama de excessivamente racional. "És analítico demais, Carlos", diziam. Mas com Lígia, essa tentativa de controle, foi um esforço vão.

Seu gostar entretanto, não conferia à jovem qualquer tipo de privilégio. Ao contrário, a admiração e respeito que recebia dos colegas, bem como seu crescimento na estrutura da empresa, deviam-se única e exclusivamente a seus méritos profissionais.

Mas a verdade é que a medida em que o tempo passava, e por mais que tentasse evitar, Carlos sentia-se mais atraído por Lígia. Os olhos da moça, seu jeito de sorrir, a alegria que contagiava seu coração ao vê-la chegar a cada manhã. O som de sua voz, tudo isso ganhava proporções cava vez maiores e mais profundas em sua alma. Desejava falar com ela, expor-se, mas tinha medo. Medo de sua reação, medo de como os outros funcionários poderiam encarar o fato. Assim, por respeito, ética ou medo, optou por não explicitar seus desejos; nem à ela, nem a ninguém. E permaneceu firme nesta convicção até que um dia, meses depois, foi a Salvador para receber detalhes sobre uma encomenda especial: um projeto para um resort, cujas linhas gerais deveriam basear-se na arquitetura marroquina. As custas incluíam duas semanas para pesquisas na região, em busca das referências e bases para o projeto. Percebeu nisso uma oportunidade única, e não teve dúvidas sobre quem deveria acompanhá-lo.

De volta a seu escritório, chamou Lígia, explicou-lhe o projeto e perguntou-lhe se gostaria de acompanha-lo. Com o sorriso sapeca iluminando-lhe o rosto, disse que sim. Iria imediatamente, se fosse preciso. Carlos pediu-lhe então para providenciar seu passaporte e documentos. Pediu-lhe também para reunir o maior volume possível de informações sobre o Marrocos, sua cultura e história, pois partiriam em breve, e deveriam estar preparados.

Durante a semana seguinte, Carlos encarregou Marta das funções administrativas da empresa, e distribuiu os projetos em aberto entre os gerentes. Não deveriam ocorrer imprevistos durante sua ausência.

E assim, as oito e quarenta e cinco na noite de uma quarta-feira, Lígia e Carlos embarcavam no Aeroporto Internacional do Galeão em direção a Madri, Espanha. De lá foram à Casablanca já no Morrocos, de onde seguiram até Marrakech, onde um guia já aguardava por eles.

Já passava noite alta, quando chegaram ao hotel. Entretanto, apesar do cansaço causado pelas quase 18 horas de viagem, não conseguiram manter-se impassíveis diante na imponência da construção que era em si mesma, uma aula de arte e história. Maravilharam-se com os detalhes dos grandes pórticos, cujos ornatos ricamente recortados lembravam-lhes a sutileza da renda nordestina. Do teto, muito elevado e sustentado por fileiras de colunas gigantescas, pendiam enormes lustres em cristais e metal trabalhado. Encantaram-se em particular, com as paredes finamente decoradas de infinitos padrões geométricos de cores vivas.

Após o registro, cansados e preocupados com o trabalho que começaria no dia seguinte bem cedo, resolveram subir logo. Ao entrarem em seus aposentos porém, descobriram surpresos, que os quartos não apenas eram próximos, como comunicantes entre si, através uma porta, onde uma pesada cortina de tecido, funcionava como a única divisão formal entre os dois cômodos.

Diante do espanto do casal, o funcionário apressou-se a explicar-lhes em um inglês impecável, que esta era uma prática muito comum na região, principalmente em construções tradicionais como aquela. Um pouco constrangidos, mas sem ter como contra-argumentar, aceitaram a explicação do marroquino, que saiu logo em seguida, deixando-os a sós.

- Já pensou quando o pessoal do escritório souber? Não vão mais largar do pé da gente! - disse a arquiteta sorrindo.
- O pior, é que é bem capaz que digam que fui eu armei tudo! - brincou Carlos.

Rindo do inusitado da situação, Lígia deu-lhe um beijo de boa-noite e seguiu aos seus aposentos.

Sozinho em meio a seus pensamentos, o homem começava a desfazer as malas, ajeitando metodicamente as roupas dentro do pesado armário de madeira escura, quando ouviu no quarto ao lado o som da água que em cascata: Lígia preparava seu banho.

Pouco quanto o som parou, pode sentir nitidamente, quando a menina entrou na banheira, e imaginou a elevação gentil das águas, a medida em que pernas, coxas e nádegas submergiam eram recebidas em seu ventre morno.

O coração de Carlos disparou. Saber que a mulher que desejava tanto, estava ali, a uns poucos metros, nua, entregue, fazia seu sangue ferver.

Decidido a não perde-la num rompante animal, foi ao próprio banheiro, tirou o óculos, abriu a torneira e jogou a água fria no rosto e nos pulsos, tentando recuperar a sanidade. Depois, passou devagar as mãos pelos cabelos molhados, deitando-os da fronte à nuca, desalinhando ainda mais a mecha branca que teimava em pratear-lhe o rosto.

Voltou ao quarto, apagou as luzes, jogou-se sobre a cama, fechou os olhos, e tentou dormir; não conseguiu! Agitava-se de um lado para o outro na cama, cobria-se e arrancava as cobertas, como se fossem elas as causadoras de seu desconforto. Em sua mente, um turbilhão de proporções continentais tomara conta de seus pensamentos, impedindo-o de estabelecer qualquer ordem lógica de raciocínio. Sentia apenas a fome: enorme e crescente, e a eletricidade que percorria-lhe em raios fazendo-o sentir latejar até a raiz de seus cabelos.

Sentou-se da cama, o corpo lavado em suor como se estivesse exposto ao sol causticante do deserto. Olhou para o portal que separava-os e viu na língua de luz que vinda do quarto anexo invadia-lhe o cômodo, que Lígia ainda estava acordada. Chega de medos, chega de receios, chega de racionalizar, chega de amarras. Chega! Não podia, nem queria mais evitar o que sentia. Seria tudo ou nada.

A mulher já estava de camisola, quando o homem irrompeu quarto adentro.

- Carlos! - disse a mulher que assustada, puxou o lençol da cama para cobrir-se.
- Desculpe, Lígia. Não precisa ficar assustada. Mês eu preciso te dizer. Não era isso que eu tinha em mente. Não era assim que eu queria lhe contar. Mas eu não consegui mais guardar isso dentro de mim, mesmo correndo o risco de que você me rejeite, e queira sair daqui amanhã mesmo. Ainda assim eu precisa dizer que te desejo, que estou apaixonado por você.

E no silêncio que reinou no quarto, ele fitou-a de uma forma tão forte, tão penetrante, que fez com que ela sentisse-se nua. Era um pedido explícito para que ela decidisse o que deveria acontecer a partir daquele momento.

Lígia não precisou, ou não quis responder. Deixando no chão, o lençol que cobria-lhe o corpo, e veio até ele, que imóvel como uma estátua, sentia o coração saltar-lhe na garganta.

Parou tão perto de Carlos, que podia sentir sobre si o fluxo de sua respiração. De olhos semicerrados, sorriu e sem desviar o olhar, pousou-lhe os dedos longos sobre os lábios, e ficando quase na ponta dos pés sussurrou-lhe no ouvido:

- Pensei que você nunca teria coragem de me contar!

Carlos puxou-a para si, e beijou-a. Um beijo longo, eterno, molhado.

Lígia sentia sua língua ser envolvida ora por pequenos beijos, ora pela língua de Carlos que percorria-lhe por toda a parte, desenhando-lhe os lábios rubros e carnudos, chupando, mordendo e puxando a carne macia. A mulher, com a cabeça ligeiramente tombada para permitir a maior intimidade das carícias, sentia com prazer a língua estranha brincar com a sua, contornando-a, lambendo-a, explorando todo o interior da sua boca. Sentindo as mãos e as unhas dele, na carne de suas costas, expôs convidativa a língua, para que o homem puxando-a ainda mais para fora, pudesse chupasse devagar, arranhando-a de leve com o corte dos dentes afiados.

Por momentos ficaram assim, tomando conhecimento de seus corpos e das sensações que provocavam ao outro. Tomando-o pelas mãos, Lígia conduziu-o ao leito, onde o deixou sentado a beira da cama Depois, sem pronunciar uma palavra, virou-se de costas, puxou para o lado os cabelos longos, e expôs-lhe a nuca onde um delicado fecho de prata, unia as alças da lingerie de frente única. Carlos abriu o pequeno gancho, permitindo a peça delicada deitar vaporosa aos pés da mulher, transformando-se numa concha perolada, de onde a mulher, tal qual Vênus, emergiu.

A visão da mulher fez Carlos sentir o fogo tomar-lhe os olhos. Era exatamente como imaginava que fosse. A cintura fina aumentava a proeminência dos seios fartos (onde mamilos pequenos e delicados coroavam soberanos as aréolas rosadas), e as curvas naturalmente generosas do quadril (ainda mais acentuadas pelas tiras finas nas laterais da calcinha branca de algodão, que cobria-lhe o delta). Na lingerie delicada, um pequeno desenho ingênuo, quase infantil, localizado exatamente sobre o volume do sexo, conferia-lhe ainda mais a aparência de menina-mulher.

Teve o impulso de levantar-se, mas Lígia pousando as mãos sobre seus ombros mantendo-o na cama. Em resposta, ele passou as mãos pelas curvas de seu corpo, como se quisesse familiarizar-se com ele. Depois, segurou-a pelas ancas, trouxou-a para si, e colando os lábios em seu ventre, brincou com o pingente de prata que adornava-lhe o umbigo. Alternando os gestos suaves, vez ou outra, Carlos pinçava-lhe com a ponta dos dentes, a carne tenra do ventre, que contraia-se cada vez mais profundamente.

Sentindo-se aninhada naquele homem, que cobria-lhe o corpo com carícias libertinas e libertárias, Lígia, de olhos fechados para ver melhor, sentia-se mergulhar mais numa espiral de prazer. Sem qualquer pudor, os dedos de Carlos corriam livre sobre a pele alva da mulher, criando trilhas rubras ao longo das costas e nádegas. Apertando, arranhado e aquecendo-lhe a carne sob o tecido da peça mais íntima.

Carlos continuou a acaricia-la, querendo incendiar cada poro com o toque ardente de suas mãos, com as carícias de sua língua, com o som de sua voz, sussurrando-lhe palavras amantes. Usando tudo que pudesse para fazer com que aquela mulher sentisse a mesma febre, que há meses, queimava-o por dentro. Quando sua boca, tocou-lhe o sexo (ainda sobre o algodão), Lígia inspirou fundo, tombou ligeiramente seu corpo sobre o dele, e com as mãos perdidas no negro mar revolto dos cabelos dele, sentiu-se umedecer completamente.

Carlos, sorriu ao sentir o calor e o perfume que emanavam do sexo da mulher. Era hora de despi-la totalmente, deitar-se a seu lado, sentir-lhe todo corpo colado ao seu.

Com os polegares, penetrou-lhe as laterais finas da calcinha, e começou a trazer a peça para baixo. Para facilitar, Lígia afastou ligeiramente as coxas grossas, e com um movimentar de pernas que assemelhava-se a um caminhar, permitiu que a peça descesse languida até chão.

Diante de seus olhos, revelou-se um sexo lindo, de pelos negros bem aparados. E estando assim, tão próximo, Carlos não resistiu e colocou sua cabeça sobre ele. Os cachos sedosos encostaram em seus lábios e o enlouqueceram. Como um gato, correu a língua vagarosa e molhada pela extensão da fenda, e separando-lhe ligeiramente suas metades pode sentir o gosto do mel que já cobria-lhe as paredes rosadas. Ao alto, como um guardião, o broto pequeno e delicado, começava a despertar, abandonando o refúgio macio da carne debruada.

- Levanta. Quero tirar tua roupa. - pediu-lhe a mulher.

Ele levantou-se e ela beijou-o. A cabeça de Carlos, desce a cabeça aos ombros da menina, beija-a na garganta, e no pescoço onde as veias palpitavam e ela sente-lhe os dentes mordendo-lhe carne, estimulando o sangue a correr ainda mais rápido. Beijaram-se novamente, e enquanto a língua da mulher circulava em torno da dele vezes sem conta, ela livrou-o short e da camisa do pijama que usavam. As roupas foram caindo a seus pés e eles continuaram beijando-se. Nus, com os corpos apertados um contra o outro, Lígia estremeceu ao sentir o membro rijo, pressionando-lhe o púbis. Depois, com a boca ainda em seu rosto, Carlos pegou-a no colo e carregou-a para cama.

Cúmplice da primeira noite dos amantes, a imensa lua do islã, penetrava pela janela, estendendo-lhes um tapete de luz e prata até o leito.

Colocando-a de costas, sob o colchão macio coberto por lençóis de linho branco, Carlos vem por cima dela um enorme e faminto como Lobo. Ele a beijou como jamais fora beijada: bem fundo, explorando alternadamente, sem negligenciar a menor superfície, os lábios, a língua, o palato, os dentes.

Ela murmurou:

- Me chupa?

Ele sorriu, e começou a descer o corpo. Beijou-lhe a parte interna das coxas, e a região mais próxima a seu sexo. Passou a língua devagar o vale que unia a coxa ao púbis, onde a viés da calcinha havia pintado de vermelho a sua carne.Carlos começou então a brincar com os pelos perfumados, usando a língua molhada, para faze-los tombar ora para um lado, ora para o outro, da mesma forma como fazia o vento ao soprar o relvado, nos dias quentes de verão.

A buceta eriçava-se diante das carícias, e Lígia sentia-se dissolver, enquanto remexia suavemente os quadris, sentindo o mel escorrer do seu interior e o clitóris expandir-se em direção a língua cada vez mais próxima. Com os lábios pousados a volta do grelo, tocou-o suavemente com a ponta da língua áspera, deixando a saliva morna torna-lo ainda mais sensível. Por vezes sem fim, ele circundou-lhe o clitóris pulsante, enquanto os lábios subiam e desciam, ampliando o prazer. Algumas vezes parava, e com os dentes arranhava de leve o pequeno botão de carne rósea.

Lígia serpenteava o corpo, pressionando com as mãos, a cabeça de Carlos, de encontro a seu sexo. Carlos abriu-lhe então com dois dedos as pétalas do sexo, e excitados, seus olhos deliciaram-se com o delicado fluxo de mel, que fazia brilhar a carne das paredes rosadas.

Quando por fim sua língua invadiu-lhe a gruta, a mulher não se conteve deixando escapar um gemido profundo, dobrou o corpo tencionando-o como um arco pronto a disparar.

Suas carícias tinham uma grande qualidade: às vezes eram ternas e suaves, às vezes ferozes, como as carícias de um animal selvagem.

Experiente, ao mesmo tempo em que lambia-lhe a buceta, sentindo suas texturas e explorando todas as anfractuosidades, Carlos mantinha com o polegar, o estímulo da parte mais exterior do clitóris. Quando ele percebia que o gozo dele estava para chegar, simplesmente parava, descansavam alguns momentos e em seguida retomava as carícias. Fez isso de modo tão intenso e por tanto tempo, que Lígia jamais soube precisar se aquele momento durou minutos ou horas.

Mas foi ela quem numa fala, entrecortada pediu:

- Me come... me come.

E girou o corpo da mulher, deixando-a de quatro na cama. E vindo por trás, aninhando-se entre suas pernas. Expondo-lhe a bunda alva e redonda aos caprichos de seus desejos. A mulher já não raciocinava mais, tudo que pensava era no prazer que sentia.

Tocou-a por baixo, Carlos sentiu a entrada da gruta molhando, e posicionando a glande, passou um dos braços ao redor da cintura da mulher. Depois com a outra mão transformou em rédeas os cabelos da mulher, puxou-a pra si, e afundou-se no mel que pingava do interior da mulher.

Lígia gritou, sentindo-se rasgar por um ferro em brasa.

A mão direita do homem, vez ou outra a abandonava a cintura da mulher, para em concha cobrir-lhe os seios, amassando-lhes a carne, estimulando os bicos duros. A mão esquerda, nas rédeas-cabelos, forçava a mulher para trás, arqueando seu corpo. Excitada ao extremo, sem ter como segurar seu prazer, Lígia implorou:

- Me faz gozar... goza.. goza, comigo!!!

Ele começou então a empurrar com violência, movimentando-se, no ritmo selvagem e crescente do orgasmo. Gozaram quase simultaneamente. E Lígia ronronou como uma gata, ao sentir o esperma quente e perfumado do homem, explodindo dentro dela, misturando-se ao seu próprio gozo. Exaustos e plenos, tombaram e adormeceram assim como estavam, unidos.

As semanas seguiram-se plenas. E se durante o dia percorriam a cidade e os mercados, pesquisando e aprendendo detalhes sobre a arte e a cultura, era a noite, sob a imensa lua mediterrânea, que faziam suas mais importantes descobertas.

sábado, 21 de julho de 2012

CHUVA

Estava na sala, quando ouviu quebrar na janela as primeiras gotas de chuva.

Ele levantou e abriu um pouco a esquadria de alumínio, permitindo a entrada da brisa fresca carregada de gotículas. Viu as folhas valsando ao sabor do vento no quintal e lembrou de como ela gostava de bailar sob a chuva, sentindo a água percorrer ligeira pelo corpo.

Fechou a janela e foi ao telefone.Um, dois, três toques. Teria saido? Quatro, cinco, seis toques: “Alô?!”

– Pietra?
– Carlos?
– Estava com saudades.
– Ah é?! Que coisa boa isso.
– A chuva esta cantando teu nome.


Ela riu

– Por que você não vem para cá?
– Agora? – perguntou surpresa.
– Agora.
– Tá bem. Eu vou. Deixa só me arrumar, que daqui a pouquinho estou aí.


Quarenta minutos depois, um taxi estacionou na frente da casa. A mulher pagou o motorista, saltou do carro, jogou o casaco sobre a cabeça e com passos apertados chegou rapidamente até a porta. Tocou a campainha, esperou um pouco mas não obteve resposta. Tocou novamente, mais uma vez sem resposta. Olhou pela janela: ninguém. Estava tudo às escuras. Quando bateu na porta, ela cedeu, abrindo lentamente. Teve medo.

– Carlos? Você está aí?
– Aqui em cima, no terraço. Sobe. – disse-lhe o homem.

Aliviada, a mulher entrou fechando a porta atrás de si. Atravessou a sala e subiu os dois lances de escada em direção a parte superior da casa. Quando Pietra chegou, seus olhos brilharam: sob a parte coberta, o chão forrado com lençóis e edredões formava um gigantesco leito improvisado, adornado por grandes almofadas e travesseiros de linho. A sua volta, e por toda a parte, velas dos mais diversos tamanhos, cores e aromas, conferiam ao local tons de prata e ouro. Na parte aberta, livre da proteção das telhas vermelhas, a chuva em véu.

Mas onde estava Carlos? Pensou.

A resposta veio em seguida, quando após um clique metálico, a voz suave de Ella em Misty, misturou-se ao som da chuva, denunciando a presença do rapaz.

– Gostou? – perguntou Carlos.
– Precisa responder? Parece um sonho, de tão lindo.
– Então vem sonhar comigo. – disse ele, estendendo-lhe a mão.

Ela sorriu, e livrou-se das sandálias. Caminharam juntos, saindo da proteção da cobertura de telhas vermelhas coloniais, até sentirem o chão molhado beijar-lhe os pés. E assim, rosto com rosto, de olhos fechados para ver melhor, bailaram leves sob a chuva.

As mão dele enroscadas sob os longos cabelos negros de Pietra, forçaram-lhe a cabeça para trás, expondo pescoço e boca, à seus caprichos. Ele lambeu suavemente o pescoço da mulher. Beijou-lhe o queixo, a face, os olhos fechados, que movendo-se por sob as pálpebras, provocavam em ambos, sensações de enorme prazer. Sem interromper a dança, ele mordiscou-lhe orelhas, nariz, até por fim, pousando seus lábios sobre os dela, beijar-lhe profunda e intensamente a boca. Suas línguas, autônomas, dançavam também. Enroscavam-se, percorriam-se. Dentes de um e de outro, alternavam-se no aprisionar e no arranhar de suas carnes. Ele querendo provocar, fechou a boca da mulher e passou a lamber-lhe o canto dos lábios. Pietra sentiu que não era mais a chuva que a umidecia. Queria mais.

Ela elevou os braços, enquanto as mão dele traziam para cima o vestido molhado, deixando-a apenas com a calcinha preta de lycra. Ela, após livra-lo da camisa de malha branca, soltou o nó do cordame que sustentava-lhe o short. Maliciosa, sorriu ao ver a forma avolumada, mal coberta pelo algodão molhado da cueca cor de pele.

– Vem.. – disse a mulher conduzindo-o pelas mãos à enorme cama.

Vendo-a caminhar à sua frente, com o corpo nú – molhado –, refletindo na carne branca a luz das velas, Carlos encheu-se de desejo. O andar da mulher, realçava ainda mais as curvas bem distribuídas ao longo de seus um metro e sessenta e oito centímetros. Carlos gostava particularmente dos seios generosos, de mamilos rosados, sempre rápidos na resposta às carícias. Mas foi quando ela, ao pisar no leito improvisado, colocou-se de quatro para engatinhando aninhar-se em meio aos lençóis, que ele sentiu seu desejo explodir.

Carlos, também de quatro, veio por trás escalando o corpo da mulher. Os braços tomam-lhe o tronco, apoderando-se dos seios, cujos bicos rijos, arranham-lhe a palma das mãos. Os dentes do homem cravam-lhe a nuca. Um gemido de prazer, escapa da mulher. Ela gosta assim, e ele sabe. Sabe que aquela mulher romântica, apreciadora de vinhos e velas, gosta de sentir-se fêmea na cama. Um sexo sagrado e profano, onde o prazer fala por si, sem sutilezas ou desculpas. Carlos é lobo e Pietra sua presa.

O peso de seu corpo faz o dela tombar. Sua mão corre-lhe o ventre, alcança a peça de lycra, molhada pela chuva e pelo desejo e entra, sentindo no contato a presença da pelagem sedosa. Ela arqueia, quando sente no botão de carne, a pressão do toque. Ele a força para baixo e puxa para trás sua cabeça, facilitando o contato entre bocas e línguas.

Carlos percorre-lhe a fenda, sentindo com profunda satisfação, o mel que recobre as paredes macias. Pietra geme quando se sente invadir pelos dedos do homem. Dedos ágeis que a exploram, provando suas texturas, sondando-lhe por completo.

Pietra joga o braço para trás, tocando as coxas e bunda de Carlos. Tem presa, e tenta livrá-lo da presença indesejável da cueca. Ele atende a mulher e livra-se dela. E com a mulher ainda de quatro, liberta-a da calcinha. Completamente nús, já não existem obstáculos à seus desejos. Ele posiciona o pau duro, na entrada da fenda pulsante e entra de uma só vez, afundando-se na umidade quente da mulher, que grita ao sentir-se rasgar.

Ajoelhado atrás da mulher, com o corpo curvado e mãos firmadas em seus quadris, ele projeta violentamente seu púbis contra a bunda alva, fazendo a carne correr sob a pele, em pequenas tsunamis impulsionada por ondas de choque.

Pietra geme, sentindo o calor tomar-lhe o corpo por completo. O gozo esta próximo.

Carlos intensifica o movimento. Agarra-a pelos cabelos, e usando-os como rédeas, trás o corpo dela mais próximo ao seu.

Um movimento mais firme, mais profundo, e Pietra explode anunciando aos gritos o gozo. O mel brota-lhe farto, descendo pela vara de Carlos, melando as coxas de ambos. Ele também deseja gozar. Ela pede quer ser banhada por ele. Carlos atende. Quando o gozo corre-lhe as veias como um alazão, ele retira o pênis da boceta da mulher e apoiando-se sobre ela, libera as flechas brancas que percorrem o ar cobrindo-lhe a bunda, as costas nuca, sujando-lhe o rosto e o cabelo.

Plena, ela sorri. Ele acaricia o rosto da mulher, com doçura. Em seguida, se ergue puxando-a no mesmo movimento.

Novamente sob a chuva morna, dançam e se beijam vezes sem fim.



terça-feira, 10 de julho de 2012

O ESPELHO

Rafael vencia a rua de pedras num fôlego só.

Dias assim eram raríssimos.

A princípio pensou que fosse mais uma das brincadeira dos colegas, mas a voz da diretora no autofalante da escola, confirmou a história; devido a um problema qualquer que Rafael não entendeu muito bem, e aliás nem fazia questão de entender, hoje não teria aula e isso era tudo o que importava.

A alegria era tanta, que ao se dar conta estava diante de casa. Não se surpreendeu ao encontrá-la mergulhada no silêncio. As tardes na bela construção de altos e baixos, eram sempre assim, já que seus pais trabalhavam fora e Suzana só costumava chegar da faculdade a noitinha.

Subiu rápido as escadas e querendo livrar-se do peso da mochila, atirou-a sobre a cama dali mesmo do corredor  e seguiu em direção ao banheiro, mas ao passar pelo quarto de Suzana, que ficava pouco depois do seu, estranhou a porta entre-aberta e parou. Não era hábito dela deixá-la assim. Afinal, Suzana, alguns anos mais velha, costumava dizer que seu mundo era particular e não havia lugar nele para crianças.

Mas quem era a criança? Certamente não ele, afinal mais uns anos e teria barba na cara (ou ao menos esperava que sim).

Teve a certeza que esta era sem dúvida uma grande oportunidade para saciar a antiga curiosidade, cultivada desde que a prima veio morar com eles, alguns anos atrás.

Assim, decisão tomada, respirou fundo, escancarou a porta e entrou.

Tudo era muito leve e vaporoso. Ao centro do quarto, um espelho de corpo inteiro refletia a cama, que nascia do centro da parede tomada pelo grande armário de madeira patinada. No outro extremo do quarto, uma cômoda, e uma pequena estante onde a TV, e o aparelho de som, conviviam harmoniosamente com livros, revistas e bichinhos de pelúcia.

Rafael não pode evitar um certo desapontamento. Não podia acreditar que Suzana o mantivesse a distância apenas por aquilo. Certamente devia haver algo mais, algo diferente, misterioso, exótico.

Olhou demoradamente para cômoda, coberta por frascos de cremes, e vidros de perfume. Abriu-os um a um, sentindo os aromas, tentando lembrar se já os tinha sentido. Na estante, além de livros e revistas, achou a pilha de CDs que era obrigado a ouvir noite após noite. Já os bichinhos de pelúcia obtiveram de Rafael, pouco mais que um olhar torto.

O armário guardava um arco-íris de saias, calças, blusas e vestidos. Nas gavetas estavam camisas, camisetas, camisolas, shorts, bermudas, e lingeries numa profusão de formas e texturas diferentes.
Sem saber bem o porque, pegou uma das calcinhas. Sentiu a frescor da cetim, e a delicadeza da renda na ponta de seus dedos. Fascinado, levou-a ao rosto e respirou profundamente, sentiu um prazer extraordinário com isso e a imagem da prima, tomando de assalto seu pensamento, fez uma onda de calor percorrer seu corpo.

Lembrou-se das conversas com amigos e das histórias que contavam sobre brincadeiras solitárias, e quis fazer o mesmo, mas som de madeira batendo, o arrancou daqueles pensamentos.
Rafael, colocou a calcinha no lugar e correu até a porta. Gelou ao ver Suzanna deixando o banheiro em direção ao quarto. “O que ela esta fazendo em casa a essa hora?!” Teria de descobrir isso mais tarde.
Agora, precisava dar um jeito de não ser pego.

Suzana entrou no quarto e trancou a porta. Caminhou até a frente do espelho e soltando a toalha que a envolvia, passou a secar os longos cabelos enquanto se examinava com ar de crítica, arrebitando e girando o corpo, para ver o máximo que podia de si mesma. Depois, caminhou até a cômoda e retornou com um frasco. Colocou um pouco do conteúdo na palma da mão e começou a espalhar pelo corpo. Ergueu um dos braços e a mão espalmada alcançou o seio e passou a trabalhar a carne, massageando com suavidade e delicadeza.

Suzana olhou para seu ventre, e deslizou suavemente em direção a ele, sentou-se então na beira da cama e abriu as pernas lentamente. O peso do colchão quase aprisionou Rafael, que escondido sob a cama, acompanhava tudo através do espelho.

Com os pelos púbicos loiros, umedecidos pelo óleo, cintilando com a luz do sol que entrava no quarto, Suzana olhou para seu reflexo, e ficou encantada com a imagem da pele imaculada e da vulva, rósea e cheia. Pensou que sensível como estava, bastaria a pressão de um dedo, e umas poucas carícias, para revelar seu mel.

Desejosa, abriu com os dedos os pequenos lábios da vulva e começou a se acariciar com suavidade felina, para frente e para trás. Em como havia imaginado, em pouco tempo sentiu um líquido oloroso recobrir os lados do seu sexo. Deitou-se então na cama, debruçada sobre o seu lado esquerdo, e expondo a anca ao espelho, viu sua mão descer pelo tronco para acariciar a colina formada pelas nádegas. Viu também, a outra mão passar por entre as pernas para surgir como uma flor, vinda de trás. Foi com essa mão que ela esfregou seu sexo, pressionando levemente o dedo indicador sobre o clitóris. Em seguida, se colocando de costas sobre a cama e com as pernas bem abertas e dobradas, fez o dedo médio, firme e dominador, afundar para tocar seus segredos mais íntimos e começou a movimentar-se contra ele de forma cada vez mais viril.

Hipnotizado pela visão da prima, Rafael não foi capaz de perceber, que a medida que a febre aumentava e Suzana se contorcia e serpenteava o corpo com mais intensidade, a cama ficava cada vez mais despida dos lençóis que até então protegiam seu frágil esconderijo.

Suzana gemia e ronronava enquanto o dedo corria por seu interior, explorando suas texturas. Quando um segundo dedo entrou também, abertos em vê, abraçaram a haste interna do grelo, subindo e descendo para massageá-la em toda a extensão. Vez por outra, emergiam do oceano de carne, para sentir o botão externo que pulsava como um pequeno coração. Acarinhavam-no um pouco e retornavam ao mar, onde vibravam imitando o jogo de pernas de um nadador veloz. Em busca de uma visão melhor de seu próprio prazer, Suzana e descobriu pelo espelho, que não estava só.

Levantou-se num salto, com o corpo trêmulo, tanto pelo susto quanto por ter sido obrigado a interromper as carícias assim de forma tão abrupta, e cobrindo-se quis saber aos berros, o que Rafael fazia lá.

Eu não fiz por mal, juro Suzana!! Foi sem querer... não conta pro pai, por favor!! Eu vi seu quarto aberto ... não sabia que você estava em casa.. de repente vi você, não sabia o que fazer... me escondi... eu nunca fiz isso antes .. não foi por mal juro.... eu não foi por mal. – falando quase sem pausas, e já iniciando um choro.

Vendo o desespero de Rafael, Suzana sentiu-se mal. Sabia que o primo não estava mentindo. O que fez foi errado sim, mas foi um ato provocado mais por medo do que por malícia.

Suzana respirou fundo, ajeitou os lençóis em volta do corpo e diminuindo a distância que os separava, enxugou-lhe as lágrimas dizendo “Calma, Rafa. Eu não vou contar nada.. calma”.

Depois,  afagou-lhe os cabelos e abraçou o menino para selar o perdão. O pênis do rapaz intumesceu imediatamente. Ela o empurrou para longe. Rafael sentindo-se queimar de vergonha, tentava com as mãos disfarçar a ereção involuntária.

Desculpa. – disse ele.

Suzanna ficou confusa.

Até aquele momento o primo era para ela, pouco mais que uma criança. Mas agora o volume entre suas pernas denunciava que os tempos de infância definitivamente haviam ficado para trás. Reparou então no rosto, na pele luminosa, na boca carnuda, nos cabelos negros desalinhados, que emolduravam um corpo ainda frágil, longilíneo, misto de fauno e de feminino. Em sua cabeça formou-se um vazio ambíguo provocado não só pelo que estava acontecendo mas também pela possibilidade do que poderia acontecer.

Não sentia-se mais tentada a expulsá-lo ou agredi-lo. Tentou imaginar como seria seu corpo nu, como seria acariciá-lo, desenhando com as mãos as feições daquele rapaz. Deixando-se seduzir por essas imagens, se surpreendeu morna e úmida entre as pernas.

Ele permanecia imóvel. A cabeça abaixada, os olhos calados, a espera de seu destino, qualquer que fosse. Suzana foi até ele, pousou a mão delicadamente em seu queixo e ergueu-lhe o rosto e colando os lábios em seu ouvido, balbuciou: “Sacaninha...

Suzanna soltou-se dos lençóis e dando um passo, saiu do círculo que o tecido desenhou sobre o chão.

O que você acha de mim? – disse ela.

Os olhos do rapaz congelaram.

O que você acha de mim? – tornou a perguntar.
Linda – respondeu com um tremor na voz
Você me quer? – perguntou ela com os olhos azuis pousados nos olhos castanhos do menino
Quero..... – respondeu quase ele por instinto.
Você já fez isso?
Não. – disse ele
Nunca? Mas sabe como é?
Claro que sei..  – Mentiu com profunda indignação

Ela riu do galinho que pousava de galo.

Naquele momento Suzana foi tomada por uma enorme sensação de poder. A idéia de que a força de seu corpo foi capaz de despertar a sexualidade dele, encheu-a de orgulho.

Tira a roupa. 

O rapaz obedeceu. Tirou a camisa, o tênis, as meias. Ameaçou tirar a calça mas hesitou.

Vem cá. Deixa eu ver como você está. – disse ela enquanto desafivelava o cinto e puxava calça e cueca para baixo.

Deixou-o nu, no mais completo estado de excitação sexual. Não resistindo ajoelhou-se diante do membro ereto, mas não tocou nele, limitou-se a fitá-lo e a murmurar:

Que lindo que ele é Rafa!

Em razão disso, ele ficou visivelmente mais excitado. Tentou tocá-la mas ela não permitiu.

Calma, sem presa. Vamos fazer isso bem devagar.

A mente do rapaz estava tomada por um turbilhão de emoções, imagens e desejos.

Suzana entreabriu ligeiramente os lábios e, com toda a delicadeza, encostou a língua na ponta do pênis de Rafael. Ele apoiou as mãos nos ombros dela e afastou-se ligeiramente, reagindo ante a caricia. Ela o deteve. Passou a lambê-lo devagar, com a languidez de uma gata, depois inseriu uma pequena parte do membro na boca e fechou os lábios em torno dele. Rafael cerrou os olhos, abandono-se as sensações. Suzana com os lábios selados, mais uma vez acariciou-o com a língua e ele estremeceu. Para espanto da menina, uma gota espessa e agridoce dissolveu-se em sua boca. Ela aumentou a pressão e os movimentos da língua, passou a acariciar-lhe os testículos, arranhando-os de leve com a ponta das unhas bem aparadas. O rapaz tombou para a frente, sobre ombro dela. Quando viu que ele estava se dissolvendo de prazer, Suzana enlaçou-o com ambos os braços evitando que o membro fugisse de sua boca. Em pouco tempo, Rafael inundou-a com o primeiro orgasmo de sua vida.

Rafael sentou-se no chão. Curvou-se sobre si, tentando aprisionar aquela sensação.

Suzana levantou, expondo-se inteira aos olhos de Rafael. A luz que lhe dourava a pele, tornava ainda mais lindos os seios jovens e a bunda empinada, delineada pelas minúsculas penugens.

Suzana?
Que foi? - respondeu, enquanto ajeitava o cabelo ao espelho, como se não se importasse muito com a pergunta.
Eu queria ver você fazendo aquilo de novo. Você faz?
Aquilo o que Rafa? – disse com cara de sonsa
Aquilo... – disse apontando para o púbis da moça.
Hum... depende.
Por favor, Su.

Ela sorriu e sentou-se na beirada da cama, de frente para ele e abriu bem as pernas dando a Rafael – que permanecia no chão –, uma perfeita visão de sua intimidade.

Com os olhos cerrados, Suzana deslizou a mão direita ao longo de seu ventre. Com a ponta dos dedos, explorava a pele macia, mapeando a pelagem que tornava-se mais farta a medida em que seguia a jornada em direção ao vértice das coxas. Tocou na fenda e movimentou-se por ela, acompanhando toda a sua extensão. Separou com os dedos as pétalas róseas e encontrou seu botão de carne em ereção. Passou a usar o dedo médio para comprimi-lo com ternura, num movimento minucioso e suave. A medida que os movimentos iam ganhando mais força, Suzana ia abrindo mais e mais suas pernas. As mãos que ocasionalmente deixavam a vulva inchada para acalmar os seios rijos ou tocar-lhe a boca, voltavam rapidamente ao sulco, mergulhando entre os lábios, passando pelo clitóris ereto para enfim repousar nos espessos caracóis dourados do púbis. Em intervalos todavia, por capricho ou calculismo, diminuía o ritmo para alongar a espera pelo prazer.

Suzana agitava a cabeça, emitindo uma série de gemidos abafados e sons que mais se assemelhavam ao arrulhar de uma pomba. Seus olhos entreabriram-se e interrompendo sua movimentação, gesticulou ao primo, dizendo:

– Vem.. vem... fica aqui bem pertinho de mim. 

O rapaz obedeceu.

Suzanna agarrou a cabeça dele, com ambas as mãos, e colocou-a sobre seu sexo, para que o sentisse. Completamente embriagada pelo desejo ela ordenava:

– Lambe Rafa.. Lambe assim ó...  – Disse ela agitando a própria língua no ar, para que o menino visse como deveria fazer

Rafael percebeu a forma suave com que as penugens transformavam-se nos longos e sedosos fios que recobriam-lhe o sexo. Brincou com a fenda, com os pelos, beijou-lhe a vulva. Ele notou o pequeno sinal que ela possuía escondido nas dobras da carne secreta, entre as pernas. Sua língua brincando com ele, e não com a vulva, o fez notar como ela reagia a carícias tão próximas, como se abria e fechava quando sua boca se aproximava. Suzana guiava Rafael de modo que sua boca atingisse seus recantos mais secretos e o mel que lhe brotava farto, melava o rosto do rapaz, numa visão que a deixava ainda mais excitada.

Suzana puxou o rapaz para a cama e deitando-o de costas, ajoelhou-se por cima dele. As mãos de Rafael acariciavam-lhe as metades de sua bunda, percorriam seu corpo e apertavam-lhe os seios, para depois voltar ao ponto de partida. O corpo dela queimava sobre o dele. Os olhos do rapaz cintilavam de desejo e expectativa, o membro duro apontado para cima de encontro a entrada da vulva. Ela passou a movimentar-se, de forma que a ponta do pênis pudesse percorrer a extensão de sua fenda, sem penetrá-la. A cada passada encontrava-o mais duro, mais quente. Até que deixando-se cair, fez o pênis entrar completamente na vagina, dando a ambos uma enorme sensação de alívio.

Suzana permaneceu um período imóvel, sentindo-o estremecer dentro dela, notando a geografia de sua forma, sentindo a grande veia intumescida ao longo da curvatura. Passou então a movimentar-se. A princípio devagar, depois freneticamente, rebolando, movendo-se em círculos ao redor do pênis. Percebendo o gozo eminente do rapaz, ela acelerou seus movimentos, até sentir-se preencher pela porra quente do rapaz.

Permanecem juntos, enlaçados.

Aos poucos, a medida em que perdia sua rigidez, o pênis lentamente abandonava a bainha de carne quente e macia.

Suzana já não olhava mais para Rafael como um rapaz. Tampouco como primo. Rafael agora seria seu amante, e trocariam carícias por tardes infinitas, e ela o ensinaria tudo que sabe sobre as artes do amor....

quinta-feira, 28 de junho de 2012

EM MEIO AS NUVENS


Após a longa e emocionada despedida dos pais, parentes e amigos, Cláudia administrava sua ansiedade lendo revistas na sala de espera, enquanto aguardava pela hora do embarque. Finalmente após meses de planejamento e economia, a menina realizaria um de seus maiores sonhos: ir à França, estudar em uma das mais importantes e respeitadas escolas de gastronomia do mundo.

No sistema de som uma voz feminina em tom suave e elegante anunciou:

- Atenção passageiros do vôo JJ 8096, que parte as 20h com destino a Paris: por favor dirijam-se ao portão 14 para o embarque.

Cláudia se levantou - e tomando cuidado para que a alça não lhe repuxasse os cabelos longos -, jogou sobre o ombro a bolsa grande de couro macio, que seguiria com ela como bagagem de mão. Depois, seguiu ao local indicado onde as funcionárias da companhia aérea, após uma breve checagem de seus documentos, lhe deram acesso ao interior da nave.

Dentro do avião, o uniforme azul, a atenção e autoridade dos tripulantes encarregados de recepcioná-la, o aroma de limpeza, tudo concorria para deixa-la ainda mais eufórica. Sentiu-se bem e recompensada por toda a burocracia vivida em agências, filas e guichês.

Levando-a à primeira classe, a comissária indicou-lhe seu assento: o mais próximo a janela na última série de assentos. Achou bom o lugar. A localização próxima a divisória acústica e a ampla distância entre fileiras, garantiriam seu conforto e privacidade durante a viagem. A funcionária então recolheu e acondicionou sua bolsa no compartimento de bagagens situado logo acima, e depois, de forma metódica, explicou-lhe a localização e função dos controles de inclinação do encosto e pés da poltrona (que totalmente abertos tornavam-se um leito bastante confortável), do sinalizador (caso desejasse solicitar alguma coisa à tripulação), e da luz de leitura (que acionada, projetou uma pequena elipse amarela sobre sua coxa).

- Gostaria de algo para ler? - perguntou-lhe a aeromoça.
- Não, obrigada! Eu comprei essas agorinha mesmo.
- Muito bem. Se precisar de algo, basta chamar. - e despedindo-se com um sorriso, deixou a menina entregue a seus pensamentos.

Cláudia esticou o pescoço e fez um rápido reconhecimento no ambiente. Constatou que estava quase deserto: duas crianças acompanhadas da mãe; um casal com ares de lua de mel; mais uma meia dúzia de pessoas e só. No assento ao lado, nenhum sinal. Fechou os olhos, e torceu para que se viesse a ser ocupado, ao menos fosse por alguém agradável. De qualquer não iria preocupar-se com isso, desejava apenas se entregar aos braços lanosos daquela poltrona macia, e nada mais.

- Com licença. São suas? 

Cláudia abriu os olhos e viu o homem, que sorria ao seu lado. Sem entender porque, sentiu-se presa ao desalinho daquele sorriso e emudeceu.

Ele insistiu:

- São suas? - disse apontando para as revistas sobre a poltrona.
- Ai, desculpe! É que como não tinha ninguém eu... - disse ela, recolhendo as revistas - Ai meus Deus, que vergonha. Me perdoe!
- Que é isso! Não tem problema. Não foi nada... - respondeu com um sorriso ainda mais aberto.

Enquanto o homem ajeitava sua bagagem no compartimento, Cláudia aproveitou para discretamente avaliá-lo melhor. Não que fosse particularmente bonito (não era): não era alto, estava visivelmente acima do peso, usava óculos (embora a leveza da armação quase não interferisse em seus traços). Mas ainda assim, e apesar de tudo, havia algo incerto que tornava-o bastante atraente. Tentou adivinhar-lhe a idade: trinta e oito, quarenta anos? Não deveria ter muito mais do que isso. No rosto oval e suave, a única denúncia ficava por conta de uma mecha bem acima dos olhos, onde os cabelos negros começavam a pratear. Reparou nas sobrancelhas grossas e unidas, que conferiam força e expressão ao escuro profundo de seus olhos, na boca pequena de lábios grossos e vermelhos, e no tom azulado da pele, na parte inferior do rosto, prova de uma barba cerrada.

Involuntariamente, os lábios carnudos da menina elevaram-se, desenhando um sorriso de aprovação em seu rosto. Neste exato momento, o homem ainda de pé, cruzou seu olhar com o dela e sorriu. Mas desta vez, não foi um sorriso inocente como o primeiro. No brilho intenso dos castanhos, havia agora um que de malícia. Era como se soubesse no que ela pensava. Sentindo-se desnuda, Cláudia ruborizou e desviou seu olhar.

Foi a voz do comandante, em tom grave e pausado, saudando os passageiros, que amenizou o constrangimento da menina. Em português e inglês, seguiram-se informações como horário, listagem dos tripulantes, condições de vôo, além da instrução de que com a proximidade da decolagem, os cintos deveriam ser imediatamente afivelados, e que nenhum passageiro deveria fumar ou deixar seu lugar, enquanto a luz vermelha mantivesse-se acessa. Momentos depois, um zumbido grave até então inaudível (graças ao isolamento acústico da aeronave), começou a ganhar intensidade, indicando o despertar das turbinas.

A princípio a mulher não sentiu mais do que um leve solavanco quando o avião começou a rodar ao longo da pista. Mas quando ao fim da corrida, o nariz da nave empinou e a potência das turbinas libertou-os do chão, Cláudia sentiu-se colada ao encosto.

Corrigindo o curso, o avião inclinou fazendo a lua girar ao seu redor. Olhando pela janela as luzes da cidade abaixo, Cláudia sorriu e começou a cantarolar baixinho, a mesma canção que a mãe, apaixonada pela cidade, cantava-lhe sempre que vinha com ela ao Rio:

- Minha alma canta/ Vejo o Rio de Janeiro/ Estou morrendo de saudades/ Rio seu mar, praias sem fim/ Rio você foi feito pra mim...

- Cristo Redentor/ Braços abertos sobre a Guanabara/ Este samba é só porque/ Rio, eu gosto de você/ A morena vai sambar/ Seu corpo todo balançar - completou o homem.

Cláudia assustou-se. A emoção da partida, a visão da cidade e a imagem da mãe, haviam feito-a esquecer de sua presença.

- É uma música linda, para uma cidade linda. - disse ele, iniciando a conversa
- É sim. Minha mãe canta sempre que vem ao Rio.
- Vocês não moram no Rio, então?
- Não. E você, é daqui?
- Eu nasci aqui, mas moro em Paris já há alguns anos. Estava de férias, mas infelizmente acabaram. Esta viajando a passeio?
- Não. Vou estudar!
- Ah, Que bom! E vai estudar o que?
- Especialização em gastronomia.
- Mesmo? Nossa, que coisa chique, hein? - disse provocando o riso da menina - Meu nome é Henrique, e o seu, como é?
- Cláudia.

Entretidos um com o outro, só perceberam a presença da comissária, quando ela pedindo desculpas por interromper a conversa, informou as opções do jantar que seria servido a seguir: Rosbife ao vinho e tamarindo, Salada de lichias e nozes pecã, ou Raviole ao molho de champignons.

- E então Cláudia, o que recomenda? - diz ele.
- Bom... eu particularmente adoro massa.
- Decidido então! Raviole.
- E para beber? - Perguntou a funcionária, cuja loirice tornavam ainda mais noturnos, os cabelos anelados da jovem gastrônoma.
- Posso? - perguntou o homem a jovem.
- Por favor...
- Gosta de vinho?
- Gosto sim, embora tenha de confessar que sou mesmo é fã de uma boa caipirinha. - fazendo-o rir novamente
- Tinto seco então, pode ser? - pergunta Henrique a tripulante.

A comissária sorriu concordante, e saiu, deixando-os a vontade para prosseguir com a conversa. Retornou um pouco mais tarde, e instalou diante deles duas pequenas mesas onde acomodou os recipientes de formas insólitas com os pratos escolhidos. Fixa em cada bandeja, uma pequena garrafa de 185ml de vinho. O ótimo paladar da pasta, o vinho jovem e ligeiro - que corretamente servido, estava com sua vinosidade ainda mais acentuada -; tudo mais que perfeito. Houve ainda diversas sobremesas, entre as quais uma em particular, encantou a menina: um Sorbet de abacaxi com hortelã, servido em uma taça que de tão pequena parecia ser de brinquedo.

Quando mas tarde recolheram as mesas, Cláudia não só havia confirmado sua primeira impressão sobre Henrique, como também descobrira encantada, que além de atraente, ele era um homem extremamente sedutor. E assim, entre sorrisos e olhares, cada vez mais cúmplices e permissivos, conversaram por um bom tempo.

Foi pelo silêncio do ambiente, que notaram que os outros poucos passageiros já dormiam. De modo discreto, chamaram a aeromoça e perguntaram-lhe as horas. Espantaram-se ao saber que já passava e muito das 2h da manhã. Resolveram descansar também.

A funcionária tirou com cuidado cobertas e travesseiros do compartimento superior e entregou-os ao casal. Em seguida, apagou as luzes, serrou as cortinas - isolando-os da fileira de poltronas a frente -, e saiu. Agora, apenas a luz tênue e amarelada do corredor central da nave, impedia que objetos e pessoas perdessem suas formas.

Cláudia, num quase murmúrio, desejou boa noite a Henrique. Depois oscilou o encosto - transformando a poltrona em leito -, e num giro rápido deitou, pondo-se de costas para ele. Com o movimento, o vestido correu-lhe no corpo, tornando mais visíveis a forma das coxas grossas. Henrique encantou-se com as ancas largas, e com a cintura bem marcada. Seu prazer porém foi breve. Com frio, Cláudia lançou sobre si a coberta de caxemira azul, que fora-lhe entregue momentos antes pela comissária. Henrique fez o mesmo com sua poltrona e deitando-se sobre o lado esquerdo do corpo, desejou a jovem um bom descanso.

Apesar do cansaço e do adiantado da hora Cláudia não conseguiu dormir. Mesmo assim como estava, de olhos fechados e de costas para ele, tinha plena convicção de que o olhar do homem não afastava-se dela. Essa consciência curiosamente traduziu-se numa incomum sensação de prazer, como se estivesse estirada sob o sol numa praia de areia quente. Na verdade, sentiu-se lisonjeada com o fato de um homem assim ter se interessado por ela. Queria ter certeza, mas tinha medo de olhar e cair no ridículo, descobrindo que tudo não passava de uma fantasia sua. Suas dúvidas não duraram muito.... a mão do homem tocando-lhe o corpo, provou que o que intuia era bem real.

Ficou surpresa consigo mesma ao perceber que não estava com medo, nem chocada. Ao contrário. Cada toque contribuía apenas para tornar seu corpo mais receptivo. Mas quando a mão vagarosa, enfiou-se por baixo da caxemira e pela primeira vez tocou-lhe a pele nua das pernas, tentou escapar do encantamento. Quis racionalizar, ficar indignada, mas não conseguiu. Traída pelo próprio desejo, resistiu apenas o suficiente para fruir melhor do prazer do abandono, que anunciou-se com uma consciência morna que tomou-lhe por completo.

Sob a proteção da luz difusa e das cobertas, a mão direita de Henrique rastejou sinuosa subindo pela perna bem torneada da jovem. Com a ponta dos dedos explorava a seda macia de sua carne, que arrepiava-se com sua passagem. Quando a mão saliente, ultrapassou o limite de vestido e precipitou-se para dentro, Cláudia sentiu-se umedecer e seu cérebro dominado por imagens de fogo e luxúria, perdeu qualquer sombra de racionalidade. A partir daquele momento, eram apenas ela e o homem. Nada mais importava, nada mais existia.

Colando-se mais a ela, Henrique fez sua mão prosseguir a jornada, deixando os dedos largos seguirem insolentes, ao encontro do vale formado pela união das pernas sobrepostas. No caminho, as unhas bem cortadas arranhavam-lhe a pele alva, criando trilhas de tons sangüíneos, a medida em que avançavam.

Quando os dedos forçaram passagem, enfiando-se por entre a maciez de suas coxas, fechou seus dedos sobre a carne tenra, e puxando-a sobre si, deixou o braço esquerdo ficar sob seu corpo, para que com a palma da mão pudesse tocar-lhe forte e suavemente o pescoço, assim como se agrada à um puro-sangue.

Cláudia suspirou profundamente, quando a mão direita do homem empurrando para cima a barra do vestido, forçou-lhe a abertura das coxas e tornou a subir num movimento lento em busca de novos territórios. E quando a mão dele em concha, alcançou-lhe o cós da calcinha de algodão, ela gemeu com os lábios entreabertos, sentindo os dedos dele correrem pelas dobras da virilha, traçando os lados de seu triângulo.

Forçando o rosto dela de encontro ao seu, o homem beijou-a. Um beijo longo, molhado. Por vezes sem fim, sua língua percorreu a dela, circundando, chupando, mordendo, enquanto o peso da mão direita -pousada sobre o volume quente do púbis -, exercia uma pressão suave sobre o sexo febril.

Dizendo-lhe bobagens molhadas ao ouvido, Henrique tomou-lhe o interior da peça mais íntima, maravilhando-se com a forma como o tosão negro se dobrava cedendo espaço à sua passagem.

Esquadrinhando seus mistérios e tocando-lhe pela primeira vez sem obstáculos, acariciou as pétalas inchadas de desejo, e forçando a separação de suas metades, expôs o interior da vulva rósea, cheia e molhada. Numa carícia mais vigorosa, agarrou-lhe o sexo e os pelos que o cercavam como se quisesse arrancá-los do corpo de Cláudia.

A mulher gemeu, reconhecendo no homem, a qualidade de saber alternar ternura e suavidade, com ferocidade e paixão.

Depois, com a ponta dos dedos sentiu a sinuosidade da carne debruada, e se demorou para brincar com o pequeno botão ereto e pulsante. A princípio sem tocá-lo diretamente, limitou-se a circundá-lo. Depois, pousando o dedo médio sobre ele, como um artista que conhece muito bem o seu instrumento, o fez vibrar.

Entregue, Cláudia sentia-se desfazer nos dedos do homem, que sem pressa, acompanhava o sulco dos lábios, mergulhando entre eles, passando pelo grelo duro, para repousar entre os caracóis dos pelos sedosos. O ventre da mulher subia frenético, indicando o fogo que lhe ardia as entranhas. A cada novo gesto, a cada nova passagem, seus movimentos tornavam-se mais íntimos e intensos, e ele mergulhava mais profundamente no interior da boceta molhada.

De tempos em tempos, a cada vez que Henrique sentia o prazer da menina se aproximar, ele por puro capricho ou calculismo, diminuía o ritmo.

Mordendo os próprios lábios para represar o grito que lhe subia pela garganta, a mulher arqueava o tronco, aproximando-se cada vez mais do espasmo para o qual o homem parecia querer conduzi-la, mas que ao mesmo tempo, não permitia que atingisse.

Cláudia queria, precisava gozar.

- Me deixa gozar... me faz gozar! - implorou

Abraçando-a e inclinando-se mais ainda sobre ela, Henrique intensificou seus movimentos. Cláudia estava perto, muito perto. Os dedos grossos corriam dentro dela, agitando-se como nadadores dentro de um oceano de mel. A mulher começou a agitar a cabeça à direita e à esquerda, emitindo uma série de gemidos abafados, abriu os olhos em busca dos do homem, e gozou intensamente perfumando-lhe com o seu prazer.

Ele queria mais. Mais do que poderia ali, na presença de todos.

- Vá ao banheiro, tire a roupa e espere. Vou em seguida. - disse ele

Com os olhos amendoados, carregados de desejo, a mulher não teve dúvidas em obedecer. Assim, colocando a poltrona na posição original, a mulher ajeitou a lingerie e o vestido, beijou-o, e contornando o homem (não faltava espaço para isso), saiu.

No caminho cruzou com a comissária.

- Sem sono? - perguntou a aeromoça

Sem parar, a mulher sorriu (um sorriso amarelo), fazendo que sim.

Ao entrar, Cláudia admirou-se com o requinte do toalete, cheia de espelhos, e acessórios, cristais e loções. Não quis perder tempo, sabia que o homem logo estaria ali. Abaixou o zíper, fazendo cair o vestido de chamois. Não usava sutiã. Sobre seu corpo de menina mulher, havia agora apenas a delicada calcinha branca de algodão (pintada por minúsculos corações vermelhos) já completamente encharcada por seu prazer. Enfiando os dedos por dentro das finais laterais, tirou-a também.

Enquanto esperava por Henrique, observou seu corpo através dos espelhos. Viu os seios fartos, de aréolas largas e muito rosadas, encimadas por dois pequenos botões tenros, que rijos, tinham a espessura da ponta de seu dedo mínimo. Gostava particularmente, da pequena pinta preta que adornava-lhe o seio esquerdo, e que só era visível nos decotes mais ousados, ou como agora, quando estava nua.

Deslizou a mão pelo centro do corpo, pela cintura fina que ressalta ainda mais as linhas generosas do quadril. Seguiu pelo ventre macio, que a emoção tornava ainda mais morno do que o normal. Brincou, prendendo entre os dedos, a pequena jóia de prata - em forma de borboleta -, que lhe enfeitava o umbigo. Depois, seguindo as trilhas do corpo, alcançou o volume dos pelos cuidadosamente aparados. Afastando ligeiramente as pernas, abriu com dois dedos os lábios vermelhos e inchados. Viu-se brilhosa por dentro. Como se guardasse em si, milhões de pequenas estrelas.

Um solavanco na porta, marcou a chegada do homem. Vendo-a assim, Henrique sorriu feliz.

Girando os braços, o homem livrou-se da pesada jaqueta negra acamurçada e da camisa social, cujos botões insistiam em não colaborar. Febril, a mulher, não ficou impassível. Abaixando-se a sua frente, desafivelou o cinto, abriu o botão que moldava a cintura, desceu o zíper e enfiando os dedos de ambas as mãos por dentro da roupa, puxou para baixo com um único movimento: a calça e a cueca branca de algodão. Com uma satisfação quase física, Cláudia viu saltar - bem ao alcance de sua boca -, o membro teso de Henrique.

- Que pau delicioso! - disse ela
- Como sabe, se ainda não provou? - respondeu ele, quase como uma instrução.

A menina sorriu, pousou com delicadeza as mãos nas laterais do tronco do homem e aproximando-se mais, entreabriu os lábios e tocou delicadamente sua língua na ponta do pênis ereto. Ele como voyeur, observava o modo como Cláudia projetava a língua para carinhosamente tocar a extremidade de seu sexo vermelho. Henrique apreciou particularmente modo como a boca de macia, ao moldar-se perfeita ao redor de sua glande, criava pequenas depressões nas laterais da face da menina.

Ela lambeu-o devagar, com a delicadeza de uma gata, e depois apertando firme seus lábios à volta do pau, forçou para baixo a pele do prepúcio, descobrindo-lhe a glande por completo. Em razão disso, Henrique suspirou e ficou ainda mais excitado. Cláudia prosseguiu lambendo a haste dura em toda a sua extensão, inclinando a cabeça, apertando o vaso azulado que lhe corria à flor da pele, sentindo dentro dela a rugosidade de suas formas e a rigidez dos feixes que o mantinham ereto. Após mordiscar o membro, com os dentes muito brancos, a menina levantou o saco teso com a mão e massageando os testículos, colocou-os dentro da boca para sugar de forma alternada, hora um depois o outro.

A medida que sugava com mais intensidade o pau de Henrique, Cláudia percebeu que a excitação de seus lábios e de sua língua comunicava-se ao prazer de seus seios e boceta. Agachada, sentia o mel pingar de dentro dela, escorrendo da xana em direção as coxas com tanta abundância, quanto a saliva com a qual molhava nesse momento em sua boca, o pau quente do amante.

Com os dedos, Henrique afastou os cabelos longos, que encobriam o rosto da menina, e apoiando suas mãos nas têmporas da jovem, impediu novos movimentos. Henrique, queria agora uma satisfação mais plena.

Sentando-se sobre o vaso, o órgão elevou-se entre suas pernas como um obelisco de carne. De frente para ele, a mulher aproximou-se, abriu as pernas e montou, fazendo dele sua sela. Descendo suave e fazendo com que o pau desaparecesse lentamente dentro da gruta faminta, gemeram os dois.

Com as mãos pousadas sobre os ombros dele, Cláudia começou a rebolar o quadril, projetando-se para frente e para trás. Henrique deliciava-se com a visão dos seios que como pêndulos balançavam ao ritmo da cavalgada. Não resistindo, segurou-os por baixo, pelas bases mais redondas, e deixando-os ainda mais volumosos e empinados, trouxe-os ao alcance das carícias de sua boca. Enquanto a mulher amazona, galopava seu membro em completo abandono, ele lambia e mordia-lhe a carne tenra dos seios, brincando com os mamilos, que moleques, tentavam devolver a pressão exercida, empurrando de volta a ponta áspera da língua de sua língua.

Como um bebê faminto, Henrique sugava-lhe os seios, tentando em vão puxá-los inteiros para dentro da boca. Uma onda de calor a devorava por dentro enquanto sentia sua boceta mastigar o membro rijo. A respiração forte da mulher, denunciava a proximidade de um novo orgasmo.

- Você quer gozar? Quer ? - perguntou ele, certo da resposta
- Quero... quero... você... Vo..cê, vai g..ozar comigo?
- Não, ainda não.. mas você pode gozar. - determinou ele

A mulher acelerou os movimentos até torná-los quase insanos, depois, enterrando os dentes no ombro do homem para não gritar, gozou abundantemente em ondas sucessivas. Completamente imóveis, sentiam ambos, os reflexos prolongados do orgasmo da mulher.

- Levanta. - disse ele, momentos depois

A mulher obedeceu.

Deixando-a de costas, reclinou o corpo da mulher, apoiando seus braços sobre a superfície da bancada da pia e colocando seu joelho por entre as as pernas da menina, afastou-lhe as coxas. Depois, com a mão esquerda, enrolou os longos cabelos até torná-los uma trança única, e girando-a em torno da mão, fez dela uma rédea.

A mão direita correu firme, com os dedos abertos como patas pelas nádegas e costas suadas da mulher. Henrique, deliciou-se com o vale formado pelo corte serpenteado da espinha da mulher. No longo caminho entre a bunda e a nuca, parou diversas vezes, para lhe amassar e acariciar a carne. Tocou-lhe o pescoço, onde o sangue pulsava frenético, subiu pelo rosto, e deixou os dedos brincarem com os lábios e com a língua da mulher.

Curvou-se sobre ela, deixando-a sentir sobre si, o peso de seu corpo e a textura dos pelos fartos de seu peito. Lambeu-lhe o lóbulo da língua, molhando as cartilagens e brincando com a jóia em forma de pingente. Depois, aproximando ainda mais sua boca do ouvido da mulher, disse em tom quente e obsceno:

- Está pronta? 
- Para o que.. o que você quer?
- Está pronta? - insistiu ele
- Estou... 

O homem pincelou a glande na entrada molhada da gruta da mulher. Como o mel fluía dela! A cada contato, a cada nova passagem ela tornava-se mais úmida, até que em um determinado momento, não sentiu mais contato algum. Quis virar e descobrir porque ele a tinha privado do contato de seu pau, mas ele não permitiu. Porém, não demorou muito para saber o porque.

Henrique segurou-lhe as nádegas e fazendo delas um fruto, inclinou-se e deu um longo beijo no lugar onde convergiam ao botão mais fechado do vale. Depois, mantendo-a curvada, e com as pernas bem afastadas, colocou a glande de encontro ao ânus da mulher. O coração de Cláudia disparou, e ela sentiu o sangue fluir tão rápido, que julgou que qualquer um a bordo seria capaz de ouvi-lo correndo em suas veias.

Henrique, percebendo a tensão da menina, deixou a mão direita escorregar por entre suas coxas para iniciar uma série de novas carícias, enquanto mordia-lhe levemente as costas. Depois, beijou e lambeu languidamente a nuca da jovem, no exato ponto onde as penugens começavam a alongar para transformar-se em fios de cabelo.

Cláudia abriu olhos e boca no exato momento que o homem iniciou o mergulho, mas a medida que a glande vencia suas resistências, a mulher relaxava e cerrava forte as pálpebras. Quando a glande entrou por completo, o homem cessou seus movimentos para que ela se acostumasse. Depois, notando que a mulher já o tinha absorvido, afundava-se ainda mais. Vez ou outra, quando a febre o queimava mais intensamente, deixava sua mão direita abandonar o sexo da mulher, para chicotear-lhe levemente a bunda branca e redonda.

Quando o pau finalmente acomodou-se todo dentro dela, Cláudia percebeu feliz que o incômodo e desconforto inicial, havia cedido seu lugar ao prazer. E assim, sentindo o homem colado a ela, e os pelos roçando-lhe a pele macia, incentivou-o a movimentar-se dizendo que gozaria novamente: desta vez, com ele.

Henrique começou então a projetar-se, mexendo convulsivamente, empinando-a pela rédea dos cabelos, e arrancando-lhe pequenos gritos abafados, ao estalar a mão aberta sobre a pele das nádegas já avermelhadas. E assim, nesse frenesi, ele largou-se sobre ela e gozou forte como um animal, enchendo-a com os jatos grossos de porra quente e perfumada.

Sentindo-se inundar, Cláudia em êxtase gozou mais uma vez.

Relaxados, vestiram-se e discretamente voltaram às suas posições. No caminho, a comissária lançou-lhes de soslaio, um olhar cúmplice, fazendo-os rir como se fossem crianças pegas pela mãe, comendo doces antes do jantar.

Sentaram-se e pela janela, viram que o sol já despontava. Em poucas horas estariam em Paris. Com um olhar meigo, mas ainda pleno de fogo, Henrique perguntou a mulher.

- Amanhã, janta comigo?
- Claro. 
- E depois de amanhã?
- Também..
- E depois? 
- Também... - respondeu rindo.

E assim, em meio as nuvens, abraçaram-se e dormiram.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

ESTRELAS

Desde criança, Cristina era apaixonada por animais, e por gatos em particular. Com o passar dos anos, essa paixão tornou-se profissão, e Cristina virou Doutora Cristina, veterinária.

Ao contrário da maioria das pessoas, para ela a casa era uma extensão de seu trabalho. E embora isso lhe desse enorme prazer, e sua mãe, irmã e sobrinhas, nunca terem manifestado qualquer descontentamento com isso, Cristina sentia o desejo de morar só. Ou pelo menos até onde se pode considerar morar só, quando se tem a companhia de seis gatas e dois cães.

Decisão tomada, comprou o terreno que havia em frente a casa da mãe, contratou uma empreiteira e começou a construção.

Cristina costumava conversar quase todos os dias com Roberto, o responsável pela obra. Apesar de competente, Beto, como era conhecido, era um homem rude e não fazia a menor questão de ocultar seu desejo por ela.

Cristina não podia deixar de notar aquele homem. O tom firme, quase arrogante, o olhar direto e faminto, tudo isso mexia com ela. Gostava de sentir-se dominada, mas não queria se envolver agora. Principalmente com alguém que trabalhava para ela, e assim mantinha-se distante apesar da insistência do homem.

Meses depois, durante uma madrugada de calor completamente atípico àquela época do ano, Cristina acordou. Vendo na mesinha a seu lado, o relógio indicar que ainda tinha três horas inteiras para descansar, fechou os olhos e forçou-se a dormir novamente. Virou para um lado, depois para o outro e tentou puxar o sono de todos os modos que sabia, até finalmente admitir para si mesma que não iria conseguir. Levantou-se, tomando cuidado para não acordar a irmã que dormia na cama ao lado, jogou um roupão sobre a camiseta e calcinha que usava e deixou o quarto. A gata negra que dormia à seus pés, e que tinha acordado também, seguiu-a no silêncio típico dos felinos.

Desceram o corredor, passando pelo quarto da mãe e pelo das gêmeas, e foram à cozinha, onde Cristina abriu a geladeira e pegando uma garrafa de leite, serviu um pouco para a gata e um pouco para ela própria.

Durante algum tempo apenas ficou assim; em pé, recostada na bancada metálica com a perna direita dobrada e o pé apoiado sobre a porta de madeira envernizada do armário de panelas, bebendo do copo que segurava com as duas mãos. Depois, sem entender bem o porque e como se fosse isso a coisa mais natural do mundo, colocou o copo sujo de leite sobre o inox da pia, abriu a porta dos fundos da cozinha e saiu.

A gata negra, lambeu o leite dos bigodes e seguiu a mulher novamente.

Deram a volta na casa, e atravessando juntas a rua, seguiram em direção a nova moradia em construção.

Entraram na obra e ziguezagueando por tijolos e sacos de cimento, subiram ao segundo piso. Ali, sobre a laje do futuro quarto ainda sem teto, Cristina sentou e olhou para as estrelas, encantada com a idéia de que teria finalmente um espaço só seu.

Foi o chiado de alerta da gata, que a puxou de volta a realidade.

– Beto! Você me assustou...
– Não foi a intenção. - disse o homem vindo em sua direção
– Que está fazendo aqui? - disse ela
– Checando algumas coisas, nada demais. Mas e você? Que está fazendo?! Não sabe que é perigoso uma moça sair sozinha, assim tão tarde?
– Mas não estou sozinha. – disse apontando para a gata negra a seu lado.
– Humm, sei! E você que essa amostra grátis é capaz de impedir alguma coisa - disse com desdém.
– Ah não fala assim, a minha ga..

Ela parou quando o homem a segurou com força pelo braço e disse:

– Não deveria sair assim. – e a beijou.

De olhos abertos, ela tentou em vão impedir aquela língua atrevida.

– Você ficou louco, me larga.. senão eu .. – disse a mulher, sem conseguir esconder sua excitação.
– Você o que? Grita.. grita.. vai, pode gritar... - Desafiou com os olhos de um castanho profundo, fixos nos dela
– Eu grito.. grito sim.. eu ... – seguiu dizendo em tom cada vez mais baixo.
– Quieta! Já esperei demais por isso. – disse ele, empurrando-a contra a parede.

Deixando-a completamente nua em meio as paredes descarnadas, pegou alguns pedaços de corda espalhados pelo chão e imobilizou a mulher, que assim com pernas e braços estirados, ganhou a forma de estrela e ficou totalmente indefesa e exposta à seus desejos.

Com a gata negra como testemunha, Cristina sentiu-se amolecer. Apesar de assustada, a idéia do por vir, despertou-lhe um tesão incontrolável.

Roberto começou a passar as mãos por seu corpo como se ela fosse um objeto. Passou as mãos por sua bunda, apertando e arreganhando sua carne. E Cristina sentindo-se perder no toque bruto daqueles dedos calejados, gemeu e tentou se debater.

Ele limitou-se a sorrir e puxando a ponta das cordas, ergueu-a ainda mais. Depois, fechando as mãos poderosas sobre os seios delicados, apertou-os com força e começou a mordiscar-lhe os mamilos.

Sem interromper as carícias desceu pelo corpo da mulher em direção a entrada da boceta para conferir se estava lubrificada. A ponta dos dedos abriram-lhe as metades, e o mel brotou tão farto de dentro dela que gotejou e produziu uma pequena lagoa no concreto logo abaixo.

Cristina sentia suas pernas tremerem. Queria desesperadamente fugir.. não isso era mentira... não fugiria nem mesmo se pudesse... queria ser penetrada.. queria urgentemente ser penetrada.

Olhou para baixo, viu o volume que pulsava entre as pernas de Roberto, e sentiu a boca ficar tão molhada, quanto sua boceta.

– Esta gostando? – perguntou ele
– Sim...
– Mas é uma puta mesmo...
– Sou.. sou .. sou tua puta.. eu quero tanto..
– E o que você quer? Diz ...
– Você... – implorou a mulher
– Assim... é assim que uma puta pede?
– Na.. não - respondeu ardendo
– Então peça.. mas peça direito
– Me come ... me fode vai... come tua puta..
– Melhor.. bem melhor...

Roberto tirou a roupa devagar, deixando-a lamber-lhe com os olhos. Quando por fim a calça desceu, o pau saltou duro, vermelho e inchado na direção da mulher. Então, lentamente, aproximou-se de Cristina e apontou o cabeça na entrada da fenda pulsante.

– É isso que quer?
– É... é isso.. vai porra.. enfia! Enfia essa pica em mim... enfia! – bradou a mulher.

Roberto entrou de uma só vez e ela gritou, sentindo-se rasgar.

Cristina simplesmente enlouqueceu com aquele membro que lhe penetrava a carne. O prazer que ardia dentro dela, vinha em ondas escorrendo pelas pernas como uma torrente de lava incandescente, enquanto cada terminação nervosa de seu corpo era açoitada por descargas elétricas crescentes, que lhe arrepiavam os pelos e lhe turvavam a mente.

A cada invasão, Cristina gemia. E a cada gemido, Roberto metia com mais e mais força, enquanto lhe batia na bunda, que apertava as carnes macias com mãos de tenaz, e a chamava de puta e cadela.

Não demorou muito para, aos berros e sentindo-se consumir, Cristina anunciar que gozava.

No mesmo instante, Roberto tirou o pênis de dentro da boceta da mulher e explodiu, cobrindo-lhe a barriga com fartos jatos de porra quente.

Com o coração ainda cavalgando forte dentro do peito, Cristina olhou para o céu repleto de estrelas, para seu ventre coberto de gozo, e sorriu. Sorriu como a muito tempo não sorria.

Roberto aproximou-se e começou a desamarrá-la, primeiro as pernas, depois os braços. Jogou-lhe as poucas roupas que usava quando chegou e com ela ainda nua a suja, beijou-a na boca. Um beijo ardente e lascivo.

– Agora vai pra casa. A partir de hoje você é minha puta, entendeu?
– Sim... entendi...

O sol já nascia quando Cristina voltou para casa.

Entrou no quarto com cuidado, tirou o roupão, e deitou-se assim com estava, com a calcinha e a camiseta manchadas e impregnadas pelo cheiro dele. A gata negra aninhou-se aos pés da cama e Cristina sem a menor culpa, ou arrependimento, fechou os olhos e sonhou com o momento em que estaria com Roberto mais uma vez.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

SOUL

Quando fechar os olhos e sentir uma presença... sou eu
Quando a brisa te tocar e arrepiar tua pele... sou eu
Quando dedos correrem etéreos por você...sou eu
Quando o sangue aquecer e tua respiração acelerar... sou eu
Quando vier a febre e se sentir molhar... sou eu
Quando tentar em vão saciar a fome... sou eu

Sou o animal que habita as florestas de tua fantasia
Sou aquele que se esconde nas sombras de teu pensamento
Sou teu desejo mais primitivo e ancestral

Sou o animal que te protege
Sou o animal que te abate
Sou o animal que te devora

Sou teu prazer sem culpa
Sou teu sorriso mais puro
Sou tua lágrima mais sentida

Sou tua prisão e teu grito de liberdade

Sou puro instinto
Sou puro desejo

Soul