quinta-feira, 14 de junho de 2012

A VIAGEM


Uma chuva fina cobria a cidade, quando Sílvia – caminhando em direção ao ponto de ônibus –, passou pelo edifício em construção. O guarda chuva, e o casaco pesado que usava, não bastaram para impedir uma avalanche de "Gostosa" e “Tesuda” que partiu dos andaimes à seus ouvidos.

Apertou o passo, e sem querer, sorriu lembrando-se quando certa vez – quando era mais jovem –, ouviu que no fundo nada provocava tanto o ego de mulher, quanto a cantada barata dos operários num pátio de obras. Na ocasião, ficou indignada. Para ela no auge de seu idealismo romântico-adolescente, era impossível crer que algo dito assim, com tamanha vulgaridade, poderia excitar uma mulher. Hoje porém, mais experiente, embora não tão mais velha, concordava com a frase. A maturidade que fez da menina, mulher, trouxe-lhe o prazer pelo corpo. E a vulgaridade crua daquelas palavras, davam-lhe a consciência da própria sensualidade.

Ficou no ponto, poucos minutos. O ônibus executivo surgiu logo, aparecendo em meio a cortina cinza da chuva, e provocando uma pequena onda na água empoçada junto ao meio fio.

Fechou o guarda chuva, e saindo da proteção porca, do abrigo de rua, subiu no transporte. Entregou o dinheiro – que trazia separado no bolso do casaco, ao motorista, abriu a porta que separava-o da área dos passageiros, e seguiu ao centro do veículo, que para sua surpresa estava vazio, completamente vazio. Escolheu a fileira da direita, sentou-se na cadeira junto a janela, abriu o casaco úmido – revelando o bonito par de coxas que nascia-lhe da saia de brim –, limpou o vidro embaçado, e olhou para fora perdendo-se entre pensamentos até adormecer.

Sílvia não notou quando o homem entrou no veículo e sentou-se a seu lado. Tampouco notou, os olhos gulosos percorrendo-lhe as pernas.

– Meio frio, para uma saia tão curta, não acha? – disse o homem, acordando-a.

Olhou pela primeira vez para o homem a seu lado, e calculou que tivessem a mesma idade. Embora não fosse particularmente bonito, achou-o atraente. O terno marinho, coberto pelas minúsculas gotículas brilhantes de chuva, conferiam-no um ar sóbrio. Por trás da armação leve dos óculos de grau, tinha olhos num tom profundo de castanho, e o tom azulado da pele clara do rosto, denunciava que embora bem feita, sua barba deveria ser extremamente cerrada. Gostou particularmente da charmosa mecha branca, que encimava-lhe a onda de cabelos negros, bem acima dos olhos.

– Problema meu, não acha? – retrucou a moça.
– Não concordo. Pernas assim, tem de ser muito bem cuidadas. 
– Não precisa se preocupar não, que sei me cuidar muito bem. – disse fechando novamente o casaco.

O homem sorriu, abrindo-lhe novamente o casaco num movimento quase invisível.

– Eu não disse que apesar do frio, não era uma boa idéia deixá-las a mostra. 
– Escuta meu filho. Você não acha que esta indo longe demais não? 
– Não. E estou vendo em seus olhos, que você também não acha. 

Sílvia gelou.

Ele tinha razão, ela estava gostando. Gostava de sentir-se dominada. E apesar do temor que uma situação assim pudesse representar para ela, o tom arrogante do homem tinha-a conquistado por completo. Idéias dominaram-lhe a mente e Sílvia sentiu-se profundamente excitada.

O homem sorriu, ao pousar ,sem resistências, suas mãos sobre as coxas da mulher. Que em silêncio, tornara-se voyeur de si mesma.

– Vamos brincar um pouco. – sussurrou-lhe o homem ao ouvido.

Permissiva, Sílvia cerrou os olhos, enquanto as mãos corriam-lhe as pernas. Os dedos grossos, amassavam-lhe a carne macia. As unhas, cravadas com certa violência, traçavam trilhas vermelhas na pele clara. Ele afastou-lhe os cabelos, e mordeu e lambeu-lhe o pescoço e a nuca. A língua dura e molhada, deslizou por sua pele da mulher, arrepiando-lhe os poros. Penetrou-lhe a orelha e brincou, mordiscando o lóbulo adornado pelo delicado pingente de ouro. Sílvia suspirou, arqueando o corpo em resposta aos gestos do desconhecido.

– Sua boceta esta molhada? 
 – Esta... 
 – Muito molhada? 
 – Esta... 

A mão do homem avançou, forçando para cima a pesada saia de brim, até poder tocar-lhe com relativo conforto. Olhou surgir com satisfação, a diminuta calcinha rosa, que cobria-lhe o xana robusta. Começou a toca-la assim, por cima da lycra. Sentiu-lhe a textura dos pelos, pelo tato descobriu-os fartos. Pressionou um pouco mais, e afloraram-lhe sob seus dedos, as formas generosas da incisão e do broto saliente de carne.

A mulher deslizou as mãos por baixo do paletó, arranhando-lhe as costas com as unhas, mordendo-lhe e beijando-lhe os lábios.

Ele afastou-a levemente. E com um gesto repentino, arrebentou-lhe a fina lateral da calcinha, livrando-a da peça. Sílvia não sentiu no momento, a dor do gesto que tingiu-lhe de roxo, a pele. Puxou-lhe então a perna esquerda, e pousando a coxa da mulher sobe a sua, deixou-a completamente exposta à seus caprichos.

– Gosta disso, né putinha!

Sílvia pensou em responder. Queria dizer a ele que nunca tinha feito tal coisa. Mas a excitação não permitiu-lhe falar nada. Depois, se ele quisesse-a como puta, puta então ela seria.

Com o dedo médio, dobrado como anzol, o homem penetrou-lhe a gruta molhada, enquanto os dedos vizinhos, afastavam-lhe os lábios róseos e brilhantes. Da fundo da garganta de Sílvia, um grunhido profundo de prazer brotou. O homem abriu-lhe a blusa, libertou o par de seios generosos, e pôs-se a morder e chupar grandes os mamilos rosados. Brincava fazendo-os vibrar, sentindo-os enrijecer sob a ponta da língua elétrica.

Sílvia gemia, sentindo o calor espalhar-se pelo seu corpo. Sentindo as pernas trêmulas pelo desejo, e a boca seca, enquanto a xota, habilmente manipulada, tornava-se cada vez mais quente, cada vez mais úmida. Com a ponta do dedo, sentiu a rugosidade da carne, na parte interna da xana da mulher, próxima ao clitóris. Esfregou-se ali, continua e demoradamente. O prazer urgente, obrigou-a a apressar seu ritmo. E Sílvia, gemia, contorcendo o corpo como uma serpente, enroscando-se, e esfregando-se ainda mais, à mão que a fodia. E rebolando, gozou apertando as próprias mãos contra as dele, fazendo-o aquietar-se fundo dentro dela.

O homem, permaneceu imóvel, permitindo a mulher saborear o prazer das contínuas contrações que ainda dominavam-lhe os músculos vaginas. Depois, abriu o zíper e puxou para fora o pênis, cuja cabeça vermelha e brilhante, vibrava febril. Sílvia admirou, o vigor do músculo. E conduzida pelas mãos do desconhecido, deitou-se sobre seu colo, embainhando a glande entre os lábios vermelhos. A língua da mulher percorreu-lhe todo o comprimento da vara. Subindo e descendo, da cabeça a base. A saliva escorria-lhe da boca, tão farta quanto o gozo que descia-lhe pelas coxas. Com os dentes, arranhava e beliscava suavemente a vara, enquanto deliciava-se na extensão de sua geografia, sentindo-lhe as veias, músculos e nervos. A mão do homem em sua cabeça, ditou-lhe o ritmo dos movimento, e sua boca, incansável ventosa, sugava-o com sofreguidão. A língua safada, girava, envolvendo, circundando-lhe a grande inchada.

Num ato reflexo, a mulher fechou abruptamente os olhos, ao sentir as primeiras e fartas golfadas de espesso licor agridoce, atravessarem sua boca em direção a garganta. Tentou engolir, esforçou-se para não desperdiçar o precioso líquido, mas parte do volume, escorreu-lhe pelos lábios, descendo através de seu queixo até por fim repousar-lhe entre os pêlos negros do púbis.

O homem afastou a mulher, e tirando do bolso interno do paletó, um lenço de linho brando, limpou o pênis, semi-endurecido. Curvou-se a mulher, já recomposta, e limpou a porra que escorria-lhe pela face. Depois, beijou-lhe a boca – ainda perfumada de gozo –, levantou-se e foi até a cabine do motorista.

O ônibus parou, e pela janela Sílvia viu o homem descer. Em uma última e rápida troca de olhares, o estranho tirou do bolso a calcinha e levando-a ao rosto, inalou-lhe os aromas. Sílvia sorriu, e gozou mais uma vez.


13 comentários:

LadySiri disse...

Rsss...Esse Lobo é um perigooo!!! Quando penso que ele está lá, quietinho nas profundezas da floresta...Pumba! Ele surge das sombras nos enredando através das sinuosas trilhas do seu imaginário, nos envolvendo sem que nem percebamos e quando não mais podemos fugir ele dá o bote bem na jugular! Pronto nos entregamos de corpo e alma a essa fera tremendamente perigosa e sedutora...Mas como eu adoro o perigo... Ah esse lobo ainda me mata de desejo e prazer! Vc é demais meu Lobo...só não é mais perfeito porque não fazemos o mesmo initnerário, rss...

Beijo safado.

Loboguará disse...

Nem é preciso, já estou escondido debaixo de sua cama. rs

Lambidas do Lobo.. menina deliciosa

SenhoraLúcifer disse...

Só me diz o destino que ele vai que vou também!
Sexo casual é algo que me atraí e confesso que adoro.
Delicioso e claro que envolvente como sempre....beijos gulosos em você.

Laízis de Avalon disse...

Lobo... indecentemente incandescente...Laizis te esperando para o café, e tu não apareceu lá! OMDA!
Talvez medo da vampira que se fantasia de Chapeuzinho...rs
Delícia!

Loboguará disse...

Meu amor.. adoro te sentir por aqui. Vc é a capetinha mais carinhosa dos mundos... te adoro... lambidas do lobo

Loboguará disse...

Medo algum minha doce vampira... Adoro o brilho dessas tuas presas cintilando ao luar... fazemos assim, jantar por minha conta, e o café da manhã decidimos com calma depois... que acha?
Lambidas do Lobo

Unknown disse...

Boa tarde meu querido Lobo... que leitura deliciosa você nos proporciona. Algo alucinante que nos tira o fôlego e o final deixou um gostinho de quero mais.

parabéns...bjs

Mah disse...

ENVOLVENTE,CATIVANTE,SENSUAL.....HUMMMM MARAVILHOSO!!!
SUAS HISTÓRIAS SÃO TÃO BEM ESCRITAS QUE NÓS NOS SENTIMOS VIVENDO-AS....
BEIJOS DELICIOSOS PARA TI!!!
MAH

Loboguará disse...

Oi minha querida joaninha... é bom demais ter você passeando pelos meus bosques. Que bom que gostou.. Teu carinho me faz muito bem .... lambidas do lobo.

Loboguará disse...

Oi Mah... que bom que sente assim menina. A coisa mais gostosa do escrever é conseguir estabelecer essa comunhão de espíritos... e ser capaz de propor sonhos a outras pessoas, desde que tenham, como você tem de sobra, a capacidade de sentir o que lê. Bom demais ter você por aqui...lambidas do lobo

Lou Albergaria disse...

tesão demais! suas palavras são mesmo como lambidas...

esse conto eu vou levar pra mim! espero que não se importe.

Beijos!

Lou Albergaria disse...

apenas uma correção, se me permite. não é salgado; é agridoce...

Loboguará disse...

Claro que não me importo... muito pelo contrário... e obrigado pela nota, já fiz a troca. O melhor no erro, foi perceber que você não apenas olhou, mas de fato viu cada palavra... nada poderia me deixar mais contente. Obrigado pelo teu carinho poetinha.. lambidas do lobo